Reunião do Comitê de Investimentos do Instituto de Previdência Municipal de Ubatuba – IPMU, realizada aos sete dias do mês de dezembro de dois mil e vinte e um, às dez horas. Participantes: Comitê de Investimentos (Fernando Augusto Matsumoto, Flavio Bellard Gomes, Lucas Gustavo Ferreira Castanho, Marcelo da Cruz Lima e Sirleide da Silva). Conectaram através do aplicativo Zoom (ID 845 0520 6608 – senha 621212): Controlador Interno (Wellington Diniz). Conselho de Administração (Gisele Aparecida da Silva e Silvia Moraes Stefani Lima), Conselho Fiscal (Antônio Carlos Berti Gomes, Ernely Fragoso e Rozemara Cabral Mendes de Carvalho) e Diretoria Executiva (Bruno Hanazaki Miranda, Carla Aparecida de Souza, Ireni Tereza Clarinda da Silva, Luiz Alexandre de Oliveira e Márcia Conceição Fernandes Famadas Rolim). Aberta a reunião, a presidente Sirleide, informa que o Marcos Almeida, da Consultoria Financeira LDB, irá fazer a apresentação do resultado do Estudo de ALM (Asset Liability Management), conforme processo IPMU/187/2021. Asset Liability Management (ALM) é uma técnica de gerenciamento de riscos que visa evitar o descasamento entre ativos e passivos. O objetivo dessa prática é garantir a rentabilidade dos investidores em diferentes cenários e capacitá-los para tomarem decisões mais assertivas, o que garante maior probabilidade de sucesso. Gestão de Ativos (controle de liquidez, acompanhamento da solvência e projeções de retorno da carteira) e Passivos (mensuração da necessidade de caixa e projeções matemáticas). 1-) Cenário Macroeconômico, 2-) Taxa de Juros, 3-) Mercado de NTNBs, 4-) Boletim FOCUS Banco Central, 5-) Portaria MF 577/2017, 6-) Portaria MPS 402/2008, 7-) Marcação na Curva, 8.-) Marcação a Mercado, 9-) Gestão Integrada de Ativos e Passivos, 10-) Passivo IPMU, Fronteira Eficiente de Markowitz, 11-) Alocação em NTN-Bs IMA-B (66,61% do PL = R$ 274.454.347,24 – duzentos e setenta e quatro milhões quatrocentos e cinquenta e quatro mil trezentos e quarenta e sete reais e vinte e quatro centavos), 12-) Renda Variável (9,45% – R$ 38.948.473,29 – trinta e oito milhões novecentos e quarenta e oito mil quatrocentos e setenta e três reais e vinte e nove centavos), 13-) Investimento no Exterior (10,00% – R$ 41.206.108,57 – quarenta e um milhões duzentos e seis mil cento e oito reais e cinquenta e sete centavos), 14-) Política de Investimentos 2022 e 15-) Hedge do Passivo IPMU. Ato contínuo, os membros do Comitê de Investimentos e demais participantes são informados da Resolução do Conselho Monetário Nacional – CMN nº 4.963, de 25 de novembro 2021 revogou a Resolução CMN nº 3.922/2010. A nova Resolução CMN nº 4.963/2021 surgiu da minuta de alteração da Resolução CMN nº 3.922/2010 formulada em decorrência dos debates ocorridos no Grupo de Trabalho – GT instituído pela Portaria SPREV nº 12, de 23/04/2019, e posteriormente colocada em consulta pública na página da SPREV na internet (Portaria SPREV nº 9.907/2020), que recebeu diversas manifestações, e após os certos e aperfeiçoamentos, foi encaminhada pela SPREV à Secretaria de Política Econômica para sua avaliação junto com os demais membros da Comissão Técnica da Moeda e do Crédito (COMOC), órgão de assessoramento técnico do CMN. O Grupo de Trabalho contou com representantes da SPREV, STN, Fazenda, CVM, Bacen, SPE, PREVIC, Tribunais de Contas, dirigentes de RPPS e de associações representativas de RPPS e de Municípios, indicados pelo Conaprev. Considerando as várias mudanças introduzidas pela Resolução CMN nº 4.693 publicada no final de novembro de 2021 e o prazo de elaboração da Política Anual de Investimentos para 2022 e envio à SPREV para fins do CRP até 31/12/2021, na reunião do CNRPPS dia 02/12/2021, foi debatida proposta de portaria prorrogando o envio do DPIN de 2022 para início de 2022. A Política de Investimentos para 2022 deve ser realizada em conformidade com a nova Resolução e que a SPREV não pôde alertar o segmento dado que a aprovação da nova resolução na última reunião do CMN era uma situação fora de sua governança. Com relação aos empréstimos consignados a sua operacionalização depende de regulamentação pelo MTP. Está sendo elaborada uma minuta de portaria específica a ser apresentada aos conselheiros na próxima reunião do CNRPPS, para receber as contribuições do segmento e encaminhá-la para análise da PGFN. Na sequência da reunião passou-se a analise do Relatório Financeiro referente ao mês de novembro/2021, conforme processo IPMU/177/2021. Análise conjuntural de mercado econômico, mercado financeiro e monitoramento das variáveis macroeconômicas. Avaliação mensal de risco de mercado da carteira de Investimentos. Análise de relatório de rentabilidade dos fundos de investimentos e acompanhamento da Política Anual de Investimentos – 2021. Informações dos acontecimentos políticos e econômicos e seus impactos na carteira de investimentos do IPMU. Visão de curto, médio e longo prazo. Balancete de Receita e Despesa que contém os dados atualizados da previsão e da execução orçamentária. Relatório de Execução Orçamentária com os fluxos de caixa das receitas e despesas para avaliação da situação financeira e orçamentária. Cenário Macroeconômico. O surgimento recente da variante Ômicron na África do Sul tornou-se o foco das atenções em um mês dominado por discussões relacionadas à alta inflação ao redor do mundo. A nova cepa despertou preocupação nos mercados devido ao alto número de mutações em trechos responsáveis pelo contágio. Apesar de indicações apontarem para sintomas leves e moderados nos indivíduos que foram infectados, a baixa qualidade das informações disponíveis dificulta uma análise robusta das consequências desta variante. Dessa maneira, os analistas estão especialmente atentos aos estudos preliminares quanto à sua transmissibilidade, letalidade e potencial de evasão das vacinas. Essas informações devem determinar se, e em qual grau, ela trará modificações aos cenários de crescimento e às respostas de política econômica. Frente ao aumento da incerteza quanto ao cenário econômico, houve uma reprecificação nos ativos de risco e uma queda nas taxas de juros pelo mundo, assim como um declínio nas cotações do petróleo. Nos Estados Unidos, no começo do mês, o Federal Reserve iniciou seu processo de redução de compras de ativos com um passo de 15 bilhões de dólares por mês, destacando o progresso no mercado de trabalho e o nível elevado da inflação. Ainda, o Banco Central americano deixou em aberto a possibilidade de ajustar esse ritmo caso haja mudanças no cenário econômico. Quanto aos dados econômicos, houve queda na taxa de desemprego com forte geração de postos de trabalho e estabilidade na taxa de participação. Adicionalmente, diversas métricas de salários mostraram aceleração significativa e os dados de inflação continuaram surpreendendo as expectativas. À luz da força dos dados econômicos, diversos membros do Federal Reserve indicaram que estariam dispostos a reavaliar o ritmo da redução de compras já em dezembro. Após um longo período de incerteza, o Presidente Biden decidiu reconduzir Jerome Powell a um novo mandato à frente do Banco Central americano e indicou a Lael Brainard como vice, prezando pela continuidade na condução da política monetária e reforçando a independência da instituição. No seu testemunho no Senado americano, o Presidente do Federal Reserve identificou possíveis riscos inflacionários apresentados pela nova cepa, além de reconhecer a rápida elevação dos salários. Pela primeira vez desde o começo da pandemia, reconheceu que a inflação deveria deixar de ser classificada como transitória. Essa mudança de abordagem representa uma transformação relevante na comunicação do Federal Reserve e sinaliza uma função de reação menos tolerante aos riscos inflacionários. Também indicou que uma aceleração na redução do estímulo deve ser discutida na reunião de dezembro. No cenário fiscal, a Câmara aprovou o novo pacote de estímulo, com gastos em torno de $2 trilhões e déficit de $367 bilhões em 10 anos. O projeto agora segue para o Senado, onde ainda deve passar por algumas modificações. Na Europa, o quadro sanitário continuou a se deteriorar no mês. Os números de novos casos continuaram a subir de forma acelerada em diversos países. O elevado percentual de pessoas com o esquema vacinal completo tem possibilitado que o aumento de casos não seja traduzido em elevações de igual magnitude nas hospitalizações e mortes. No entanto, essas também apresentaram crescimento considerável em alguns países no mês, atingindo níveis mais próximos aos da última onda em países como a Alemanha e a Áustria. Tendo em conta o quadro sanitário europeu e as notícias de que a nova variante já chegou no continente, analistas consideram que a evolução da doença deve ser monitorada com atenção, uma vez que novas medidas de restrição não podem ser descartadas. Na China, o surto de Covid apresentou sinais de estabilização e perdeu força no mês, com a queda no número de pessoas em quarentena. Os receios quanto ao contágio sistêmico em torno da crise no setor imobiliário mantiveram-se baixos, com o governo dando novas sinalizações de afrouxamento das restrições de financiamento das empresas, como a permissão para a emissão de títulos lastreados em ativos por parte de empresas consideradas saudáveis. No entanto, uma solução definitiva ainda não foi encontrada e o grau de tolerância do governo chinês quanto aos impactos econômicos da situação segue incerto. O Banco Central chinês continua sinalizando para um afrouxamento direcionado à economia verde e pequenas empresas, e reafirmou que não utilizará o setor imobiliário para estimular o crescimento. No Brasil, a bolsa prolongou o movimento de baixa visto nos últimos meses enquanto o mercado de juros teve um certo alívio após uma grande reprecificação no mês anterior. No campo fiscal, um dos principais destaques foi a aprovação da PEC dos precatórios na Câmara dos Deputados. A PEC foi aprovada nos dois turnos e seguiu para o Senado, onde também há a expectativa de aprovação. Na Renda Fixa, o mês de novembro marcou a ressaca dos mercados de renda fixa, após um mês de outubro de grande volatilidade. Houve uma certa acomodação dos prêmios da curva de juros. Esse tímido alívio veio na esteira da tramitação da chamada PEC dos precatórios, aquela que oficializa a mudança da metodologia da regra do teto, além de empurrar parte do pagamento dos precatórios para ano que vem. Apesar de ser, em si, ruim como sinalização, a PEC dos precatórios ao menos coloca um limite conhecido nos gastos do governo em 2022. Como a notícia ruim já estava precificada em outubro, qualquer limite para o cenário ruim foi recebido como notícia boa, e foi isso que fez o mercado respirar aliviado em novembro. Na Renda Variável, novembro foi um mês negativo para as bolsas dos mercados mundiais. Os bancos centrais da maioria dos países passam por um período de maior cautela em relação aos dados de atividade mais fortes e à inflação alta e com isso mantêm uma postura mais hawkish acelerando a normalização das taxas de juros. Outra preocupação dos mercados foi o surgimento da nova cepa sul-africana que possui um nível de mutações muito alto desafiando a eficácia das vacinas existentes. O Ibovespa caiu 1,53% e o índice de Small Caps foi negativo em 2,29%. Carteira de Investimentos. No décimo primeiro mês de 2021, os investimentos do IPMU apresentaram valorização, refletindo melhora dos mercados financeiros no período, em especial o segmento de renda fixa. A carteira de investimentos encerrou em o mês de novembro/2021 em R$ 416.409.400,24 (quatrocentos e dezesseis milhões quatrocentos e nove mil quatrocentos reais e vinte e quatro centavos). Composição dos Investimentos. A Carteira de Investimentos do IPMU no encerramento do mês está segregada entre os segmentos de renda fixa (80,83%), renda variável (9,29%) e alocação no exterior (9,88%), dentro dos limites permitidos pela Resolução CMN nº 3922/2010 e suas alterações, compatível com os requisitos estabelecidos na Política de Investimentos – PAI 2021. Relatório de Risco: Na análise do relatório de risco do mês, a demonstração apresentou os seguintes resultados: Renda Fixa (1,059%/VaR), Fundos de Renda Variável (13,375%/VaR), Fundos no Exterior (7,985%/VaR) e Total da Carteira (1,795%/VaR). As planilhas de correlação, junto aos riscos apresentados por segmentos e o risco total da carteira do IPMU, estão em conformidade a nossa Política de Investimentos 2021. Deliberação do Comitê de Investimentos. Com base nos dados técnicos, análises financeiras, dados atualizados dos fluxos de caixas e dos investimentos com visão de curto, médio e longo prazo, propostas de investimentos e desinvestimentos foram aprovadas por unanimidade as estratégias de investimentos para alteração pontual da carteira de investimentos: 1) Fundos de renda fixa: acompanhamento do mercado e aplicação, quando favorável e de forma gradativa, dos repasses das contribuições previdenciárias, compensação previdenciária e parcelamento da dívida previdenciária, nos fundos credenciados, em especial nos fundos híbridos do Itaú e do Banco Santander que já fazem parte da Carteira de Investimentos. 2) Folha de Pagamento: para cobertura da folha de pagamento, realizar resgate do fundo de investimentos Santander Renda Fixa Ativa (CNPJ 26.507.132/0001-06). 3) Manutenção das aplicações, sem realizar realocação de recursos. Para finalizar a reunião os membros do Comitê de Investimentos aprovaram o cronograma de reuniões ordinária para o exercício de 2022 (14/01, 11/02, 18/03, 13/04, 13/05, 10/06, 15/07, 19/08, 16/09, 14/10, 11/11 e 16/12) e Reunião Extraordinária para o dia 20/12 (Elaboração e Aprovação da Política de Investimentos 2022).