Reunião do Comitê de Investimentos do Instituto de Previdência Municipal de Ubatuba – IPMU, realizada aos vintes dias do mês de julho de dois mil e vinte e três, às nove horas, na sala de reuniões da sede do IPMU. Aberta a reunião, os membros do Comitê de Investimentos passaram a análise do Relatório Financeiro, conforme documentos acostados no processo IPMU/092/2023. Análise conjuntural de mercado econômico, mercado financeiro e monitoramento das variáveis macroeconômicas. Avaliação mensal de risco de mercado da carteira de Investimentos. Análise de relatório de rentabilidade dos fundos de investimentos e acompanhamento da Política Anual de Investimentos – 2023. Informações dos acontecimentos políticos e econômicos e seus impactos na carteira de investimentos do IPMU. Visão de curto, médio e longo prazo. Balancete de Receita e Despesa que contém os dados atualizados da previsão e da execução orçamentária. Relatório de Execução Orçamentária com os fluxos de caixa das receitas e despesas para avaliação da situação financeira e orçamentária. CENÁRIO ECONÔMICO. Permanece a visão de um cenário internacional ainda desafiador. A inflação nas principais economias desenvolvidas continua elevada e acima da meta. O processo de desinflação em curso ocorre num ritmo mais lento, com convergência para níveis mais próximos das metas apenas para o final de 2024. O mercado de trabalho apertado é um risco para a desinflação prevista, podendo acarretar num movimento adicionalmente mais gradual. Divergência entre bancos centrais desenvolvidos e emergentes. Diversos bancos centrais de países desenvolvidos seguem no ciclo de aperto da política monetária. Para os analistas a primeira fase da desinflação já ocorreu, mas a segunda fase tem apresentado desafios relevantes. Nos países emergentes, que iniciaram o ciclo de política monetária antecipadamente, estamos nos aproximando de um ponto de inflexão, ainda limitado a alguns poucos países. Será um desafio importante a convivência de um ciclo de redução de juros desses países emergentes simultaneamente à continuidade do aperto pelos bancos centrais de países avançados. Desaceleração da economia global também tem sido observada no setor de serviços, enquanto a indústria seguiu enfraquecida. No Brasil, o segundo trimestre marcou uma sequência de eventos favoráveis. Do lado fiscal, as novas regras estão em fase final de aprovação e reduziram a incerteza sobre a trajetória da dívida pública nos próximos anos. A desonerações tributárias foram revertidas (como no caso dos combustíveis) e novas medidas tiveram compensações (como no caso dos incentivos para aquisição de automóveis). Persiste o desafio de viabilizar o atingimento da meta de resultado primário equilibrado para 2024 e os objetivos para os anos subsequentes. O balanço da política fiscal foi positivo. Houve surpresa favorável com o desempenho da atividade econômica, concentrada no setor do agronegócio. As expectativas de inflação para prazos mais longos reagiram, principalmente, às sinalizações de manutenção da meta de inflação em 3%. Na visão dos analistas, a principal questão para o cenário econômico que se apresenta, neste momento, é em que medida a segunda etapa do processo de desinflação está efetivamente completada. A deflação no atacado é o principal ponto favorável para o quadro adiante, uma vez que ainda haverá transmissão para os preços ao consumidor. A perspectiva para a produção do agronegócio permanece benigna, com expectativa de uma 2ª safra de milho elevada. Do lado que recomenda maior cautela, temos núcleos de inflação ainda ao redor de 5,5% na média dos últimos meses e expectativas de inflação razoavelmente acima da meta. Assim como observado em diversos outros países, também registramos no país um mercado de trabalho resiliente (com taxa de desemprego significativamente abaixo do pré-pandemia) e um nível de utilização da capacidade na indústria próximo do patamar neutro. Assim os analistas avaliam que será importante monitorar os próximos indicadores, em particular as medidas de inflação subjacente, para mensurar em que medida podemos considerar a segunda fase do processo de desinflação superada. Após a aprovação do Arcabouço Fiscal, o principal foco em relação a reformas econômicas passa a ser a Reforma Tributária. O Relatório Trimestral de Inflação, divulgado no dia 29/06 pelo Banco Central, trouxe uma revisão altista para o crescimento do PIB deste ano, de 1,2% para 2,0%, em linha com o consenso de mercado. A evolução do cenário de inflação e a proximidade do ciclo de afrouxamento monetário, com início esperado para a reunião do Copom de agosto, contribuíram para uma percepção mais construtiva da conjuntura local. O novo arcabouço fiscal já havia sido uma informação nesta direção, ainda que continue importante acompanhar o andamento de medidas para aumento das receitas do governo, que é fundamental para o sucesso do arcabouço. Tivemos um mês de junho bem otimista tanto no mercado doméstico quanto internacional. Por aqui a melhora no índice de confiança do consumidor, o agro em alta, inflação em queda, e o avanço do programa fiscal trouxeram ares otimistas ao longo do mês. O cenário internacional também melhorou bem pela menor probabilidade de recessão tanto nos EUA quanto na Europa, além do potencial PIB Chinês, que apesar da previsão de desaceleração, deve superar 5% este ano. O FED nos EUA previu em ata que deve ter mais duas altas de 0,25%, já ditando o final do ciclo. Já na Europa devemos ver um ciclo um pouco mais longo de alta de juros, pelo fato de terem começado o movimento mais tarde. Os pontos citados, aliado a uma inflação mais branda por aqui trouxeram um otimismo aos mercados, pois reforçam a possibilidade do início de corte de juros pelo BACEN, que já pode ocorrer na próxima reunião. Com isso as curvas de juros se mantiveram em queda, trazendo boa performance às estratégias de Renda Fixa. Olhando a frente, esse otimismo e a confirmação de uma inflação menos pressionada e início de corte na SELIC devem manter o fechamento nas curvas de juros ao longo do segundo semestre. Em junho o mercado acionário internacional continuou em trajetória positiva com ganhos nos índices de ações. No entanto, as curvas de juros dos EUA tiveram alta, visto que o Banco Central dos EUA (“Fed”) sinalizou possíveis incrementos adicionais nos juros. Em contrapartida, o dólar se enfraqueceu no mês. No Brasil, com a evolução mais construtiva no cenário de inflação, os juros continuaram em queda e o Ibovespa encerrou o mês no campo positivo. No câmbio, o Real ganhou espaço frente ao dólar. No cenário internacional, observamos a alta da curva de juros, em linha com a sinalização do Fed de probabilidade de incrementos adicionais em 2023. Localmente, acompanhamos a queda dos juros que foi sustentada pelo alívio nas expectativas de inflação para este ano, a aprovação do novo arcabouço fiscal e a manutenção da meta de inflação para os próximos anos. Para os ativos de crédito privado, os títulos com maior qualidade creditícia continuaram apresentando queda dos spreads de crédito. No Brasil, a queda nos juros resultou em redução de prêmios e as curvas parecem refletir, em boa medida, a trajetória esperada para a taxa Selic. A Carteira de Investimentos do IPMU apresentou valorização no mês de R$ 6.336.949,43 (seis milhões trezentos e trinta e seis mil novecentos e quarenta e nove reais e quarenta e três centavos). Os investimentos estão segregados entre os segmentos de renda fixa (88,35%), renda variável (4,63%), alocação no investimento no exterior (6,33%) e fundos estruturados/multimercado (0,69%), dentro dos limites permitidos pela Resolução e compatível com os requisitos estabelecidos na Política de Investimentos – PAI 2023. As proporções demonstram uma carteira conservadora, em linha com o cenário econômico de grande volatilidade e as obrigações do Instituto. O retorno acumulado no período da “carteira de investimentos” foi de 6,410%, percentual superior em relação a “meta atuarial” do período, que foi de (INPC + 5,15% a.a) de 5,25%, refletindo ainda a volatilidade do mercado financeiro, em especial nos investimentos no exterior. Deliberação do Comitê de Investimentos. Com base nos dados técnicos, análises financeiras, dados atualizados dos fluxos de caixas e dos investimentos com visão de curto, médio e longo prazo, foram aprovadas por unanimidade as estratégias de investimentos na busca de reduzir a volatilidade da Carteira de Investimento. 1) Banco Santander: Fundo Santander Renda Fixa Referenciado DI Institucional Premium FIC utilizar para cobertura da folha de pagamento dos aposentados e pensionistas. 2) Investimentos no Exterior: acompanhamento do mercado e da carteira de investimentos. 3) Renda Variável: acompanhamento do mercado e da carteira de investimentos. 4-) Fundos DI: aplicação das receitas com contribuição previdenciária e Comprev. 5-) Manutenção das demais aplicações.