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Reunião Comitê de Investimentos 19 04 2024

Ata da Reunião do Comitê de Investimentos do Instituto de Previdência Municipal de Ubatuba – IPMU, realizada aos dezenove dias do mês de abril de dois mil e vinte e quatro, às dez, na sala de reuniões da sede do IPMU, onde compareceram os membros: Fernando Augusto Matsumoto, Flavio Bellard Gomes, Lucas Gustavo Ferreira Castanho, Marcelo da Cruz Lima e Sirleide da Silva. Participaram também Luiz Alexandre de Oliveira (Controlador Interno) e Wellington Diniz (Gestor de Investimentos). Aberta a reunião, os membros do Comitê de Investimentos passaram a análise dos fundos de investimento das instituições Caixa Econômica Federal (Processo IPMU/049/2022) e Banco do Brasil (Processo IPMU/049/2022), do tipo fundo de Vértice, nos quais os recursos são alocados em Títulos Públicos Federais com vencimento compatível com o vértice do fundo. Estes fundos de investimentos têm como característica a rentabilidade final estimada em IPCA + taxa de juros média. Para garantir a taxa média de juros, as aplicações devem ser realizadas na janela de tempo determinada, por isso o Comitê de Investimentos do IPMU analisou os ativos conforme a metodologia a seguir delineada. Os fundos da Caixa Econômica Federal foram comparados com o fundo CAIXA BRASIL TÍTULOS PÚBLICOS FI RENDA FIXA LP, CNPJ 05.164.356/0001-84, que é de onde sairão os recursos realocados. Os fundos do Banco do Brasil foram comparados com o fundo BB TÍTULOS PÚBLICOS FI RENDA FIXA REFERENCIADO DI LP, CNPJ 11.046.645/0001-81, origem dos recursos realocados.

FUNDO CNPJ
CAIXA BRASIL 2024 X TÍTULOS PÚBLICOS FI RENDA FIXA 50.635.944/0001-03
CAIXA BRASIL 2025 X TÍTULOS PÚBLICOS RESP LIMITADA FIF RENDA FIXA 54.518.271/0001-62
CAIXA BRASIL 2026 X TÍTULOS PÚBLICOS RESP LIMITADA FIF RENDA FIXA 54.518.391/0001-60
CAIXA BRASIL 2027 X TÍTULOS PÚBLICOS FI RENDA FIXA 50.642.114/0001-03
CAIXA BRASIL 2028 X TÍTULOS PÚBLICOS FI RENDA FIXA 50.470.807/0001-66
CAIXA BRASIL 2030 X TÍTULOS PÚBLICOS FI RENDA FIXA 50.658.938/0001-71
CAIXA BRASIL 2032 X TÍTULOS PÚBLICOS FI RENDA FIXA 50.568.762/0001-67
CAIXA BRASIL 2033 X TÍTULOS PÚBLICOS FI RENDA FIXA 50.569.054/0001-40
CAIXA BRASIL 2035 X TÍTULOS PÚBLICOS RESP LIMITADA FIF RENDA FIXA 54.390.568/0001-95
CAIXA BRASIL 2040 X TÍTULOS PÚBLICOS RESP LIMITADA FIF RENDA FIXA 54.390.771/0001-61
 
BB TÍTULOS PÚBLICOS VÉRTICE 2024 FI RENDA FIXA PREVIDENCIÁRIO 49.964.484/0001-88
BB TÍTULOS PÚBLICOS VÉRTICE 2027 FI RENDA FIXA PREVIDENCIÁRIO 46.134.096/0001-81
BB TÍTULOS PÚBLICOS VÉRTICE 2028 FI RENDA FIXA PREVIDENCIÁRIO 49.963.751/0001-00
BB TÍTULOS PÚBLICOS VÉRTICE 2030 FI RENDA FIXA PREVIDENCIÁRIO 46.134.117/0001-69
BB TÍTULOS PÚBLICOS VÉRTICE 2032 FI RENDA FIXA PREVIDENCIÁRIO 49.963.803/0001-30
BB TÍTULOS PÚBLICOS VÉRTICE 2035 FI RENDA FIXA PREVIDENCIÁRIO 49.963.829/0001-89

O parâmetro de desempenho é a performance dos fundos comparados com a “Taxa SELIC” e “CDI”, com o objetivo de obter maior rentabilidade sem comprometer a liquidez e sem elevar desnecessariamente a volatilidade. Como se tratam de fundos de vértice, não possuem série histórica que permita uma análise gráfica pormenorizada, por isso foi dada atenção ao regulamento do fundo, aos ativos permitidos, taxa de administração, e expectativa de desempenho compatível com uma carteira teórica de títulos públicos com vértices conforme a proposta do fundo de investimento. A taxa de rentabilidade média foi informada no dia 18/04/2024, data focal 17/04/2024, e durante a reunião do dia 19/04/2024, com data focal 18/04, assim, as estimativas de retorno e liquidez foram calculadas durante a reunião do Comitê de Investimentos. Os dados são estimativas com base em regressão linear com os dados do boletim Focus, utilizados apenas para parâmetro de comparação, com ciência do Comitê de Investimentos de que estes valores podem sofrer variação, não sendo promessa ou garantia de rentabilidade. Assim, a análise se ateve principalmente nos fundamentos que regem o comportamento dos títulos públicos com taxas pré-fixadas nos cenários de queda de juros, que pode ou não se concretizar. Os vértices foram além de 2026 foram descartados, por ser detectada a inversão da curva de juros, ou seja, nesta data, o mercado estava precificando vencimentos mais longos com valores mais baixos, justamente o oposto do que o Passivo do IPMU necessita. Assim, verificou-se que só existe prêmio no curto prazo. Com este mesmo fundamento, foi alongado o máximo possível dentro do prazo em que se apresenta vantagem econômica, pois alocar mais nos vértices mais próximos comprometeria a rentabilidade em 2025 e 2026, pois a única opção nestes momentos seria o DI/SELIC, que se projetam menos rentáveis que os fundos ora analisados. Por fim, o vértice 2027 do Banco do Brasil estava apena 0,01% mais rentável que o vértice 2026 da Caixa, o que não justifica, no entendimento do Comitê, alongar mais um ano o investimento, levando em conta que o Comitê de Investimentos busca ativamente oportunidades de alocação no mercado financeiro, e restringir demais as alocações pode significar perda de oportunidades futuras. O percentual de retorno pretendido nos prazos dos investimentos, em relação à Carteira do IPMU é de 3,926%, ou seja, com estas alocações, pretende-se garantir ao final do prazo do investimento pelo menos um desempenho de 3,926% nestes ativos, que espera-se somar ao desempenho dos demais ativos da carteira. Este valor pode ser maior ou menor dependendo das condições do mercado, mas entendemos que os fundamentos das aplicações tornam esta meta exequível. Ato contínuo, os membros do Comitê de Investimentos passaram a análise do Relatório Financeiro – março/2024, conforme documentos acostados no processo IPMU/058/2024. Análise conjuntural de mercado econômico, mercado financeiro e monitoramento das variáveis macroeconômicas. Avaliação mensal de risco de mercado da carteira de Investimentos. Análise de relatório gerencial de rentabilidade dos fundos de investimentos e acompanhamento da Política Anual de Investimentos. Informações dos acontecimentos políticos e econômicos e seus impactos na carteira de investimentos do IPMU. Visão de curto, médio e longo prazo. Balancete de Receita e Despesa que contém os dados atualizados da previsão e da execução orçamentária. Relatório de Execução Orçamentária com os fluxos de caixa das receitas e despesas para avaliação da situação financeira e orçamentária dos próximos meses. Cenário Econômico. O mês de março/2024 foi marcado pela continuidade do otimismo no mercado americano. Apesar dos dados mais fortes de PIB, atividade e inflação, o FED mantém o discurso de início de corte de juros nos EUA em 2024, mas tem adotado um tom de moderação. No Brasil, o mês foi de mais aberturas nas curvas de juros, por conta das preocupações com o cenário fiscal e inflação de curto prazo um pouco mais forte do que o esperado, o que pode reduzir a velocidade dos cortes de juros por aqui. Março é um dos quatro meses do ano em que os diretores do Fed, seguindo uma tradição que se iniciou em 2012, publicam os seus prognósticos para as principais variáveis macro­econômicas da economia americana (PIB, inflação, emprego) e as suas projeções para os próximos passos da política monetária. O bom desempenho da economia americana segue como destaque. O mercado de trabalho continua em forte expansão e, com a queda da inflação, os salários reais voltaram a se expandir, provendo suporte ao consumo das famílias. O boom do setor de inteligência artificial é outro elemento importante para impulsionar o investimento e a atividade. O forte crescimento da imigração impulsiona a oferta e demanda agregada do país e contribui para limitar as pressões salariais. Este quadro sugere que a economia americana está menos sensível ao aperto monetário conduzido pelo FED, indicando que o ciclo de afrouxamento monetário no país poderá ser relativamente curto. Na Europa, a economia continua estagnada e a necessidade de afrouxamento monetário está mais proeminente. Na China, o setor industrial tem avançado mais fortemente desde o início do ano, um sinal positivo para a demanda global por bens industriais e para o comércio internacional. Os mercados globais continuam atentos aos desafios advindos do processo de desinflação e suas implicações para a política monetária. A fase final de retorno da inflação às metas e as condições do mercado de trabalho ainda sugerem cautela para o ciclo do corte de juros. Como sinalizado por um dos membros do Fed, os próximos meses ainda serão decisivos para que os bancos centrais ganhem convicção não só do início do corte, mas também da extensão e do ritmo dessa normalização dos juros. De todo modo, somando-se aos cortes anunciados na semana passada no México e na Suíça, o Banco Central Europeu vem reforçando a sinalização de que começará a reduzir juros em junho e o Banco da Suécia foi na mesma direção nesta semana, dizendo que o primeiro corte deve acontecer em maio ou junho. Aqui no Brasil, a comunicação do Banco Central sugere cautela. Mesmo afirmando que o cenário não tenha mudado, o destaque foi dado às incertezas no sentido de alta para a inflação – especialmente vindas do mercado de trabalho, que segue aquecido – nessa fase atual do ciclo, quando 300 bps da Selic já foram reduzidos. Reforçando a sinalização da decisão a condução da política monetária demanda mais flexibilidade, com provável redução do ritmo dos cortes depois da reunião de maio, para quando se espera ainda um corte de 50 bps. O México foi a última grande economia latino americana a iniciar o ciclo de corte de juros. Agora, todos aguardam o primeiro movimento do Fed nessa direção. No Brasil, a performance dos ativos, que foi levemente negativa em março, respondeu a idiossincrasias locais. Houve perda de 0,7% em bolsa doméstica, enquanto o real se depreciou   0,9% frente ao dólar. Também houve abertura da curva de juros, refletindo um tom mais hawkish do Banco Central. O COPOM reduziu a meta para a taxa Selic em 50 pb – de 11,25% para 10,75% – em linha com a ampla expectativa do mercado. No comunicado, o comitê reforçou que o cenário externo segue demandando cautela, enquanto o quadro inflacionário  doméstico, em especial nas métricas subjacentes, se manteve incompatível com o cumprimento da meta, o que também exige cautela por parte da autoridade monetária. O comitê manteve as projeções de inflação para 2024 e 2025 em 3,5% e 3,2%, respectivamente. Quanto à sinalização, o comitê destacou que não houve  mudança substancial em seu cenário base, mas que diante de um ambiente com incertezas elevadas e necessidade de ganho de flexibilidade por parte da autoridade monetária, passou a indicar manutenção do ritmo de 50 pb para a próxima reunião, não mais no plural. Inflação de março traz alívio, mas preocupações para o ano continuam. O IPCA registrou alta de 0,16% em março de 2024. Com isso, o resultado acumulado em doze meses caiu de 4,50% para 3,93%. Após alguns meses de “luz amarela” nos preços de serviços, a inflação de março trouxe sinais de alívio – ao menos no curto prazo. Conforme o resultado, a métrica chamada “serviços subjacentes” (que exclui serviços com preços mais voláteis, como passagem aérea) se estabilizou após meses de alta. Apesar da cautela com preços de serviços, o mercado segue esperando um ano de inflação relativamente comportada, dada a estabilidade da inflação de custos. Porém, a demanda interna aquecida – que impulsiona a inflação de serviços – tende a limitar o recuo da inflação à meta de 3,0%. O Relatório Trimestral de Inflação trouxe o detalhamento das projeções do Banco Central sem muitas alterações quando se compara com o relatório anterior. Em relação à inflação, o destaque foi o cenário de curto prazo, no qual o BCB indicou uma variação mensal da média dos núcleos de inflação em patamar acima da meta de inflação, mas dentro do intervalo de tolerância. Para a atividade, o Banco Central revisou para cima a projeção de crescimento deste ano, de 1,7% para 1,9%, refletindo o dinamismo levemente maior que o esperado no início do ano. Na entrevista após a divulgação do relatório, o Banco Central destacou o elevado nível de incerteza no cenário e a preocupação com os dados recentes, apesar de não indicarem alteração no cenário base. Desse modo, o Banco Central busca avaliar como será a evolução do cenário doméstico, principalmente do impacto da aceleração dos rendimentos sobre a inflação e a evolução do cenário internacional no que tange o início do ciclo de cortes em economias desenvolvidas. Mercado de trabalho seguiu aquecido em fevereiro. De acordo com os dados do Caged, foram criadas 306 mil vagas de emprego formal no mês, acima da expectativa do mercado (236 mil). Houve desaceleração de 249 mil para 187 mil, com maior contribuição do setor de serviços. A média móvel de 3 meses, seguiu indicando maior ritmo de criação de vagas. Os dados da PNAD Contínua, divulgados pelo IBGE, trouxeram um quadro aquecido de ocupação e renda. A taxa de desemprego chegou a 7,8% no trimestre encerrado em fevereiro, o que representa redução de 0,2 p.p. em relação ao período anterior. A queda foi fruto do avanço da população ocupada, puxada pelos empregos formais, que mais do que compensou o crescimento da força de trabalho no período. Dentre os setores de atividade, as maiores contribuições positivas para o número de ocupados vieram de comércio, alojamento e alimentação e indústria. Em relação aos salários, o rendimento médio teve alta real de 0,4%, com avanço de 0,7% da massa de rendimento. Nas próximas leituras, esperamos moderação da ocupação e salários. A atividade econômica doméstica também continuou forte em março. As pesquisas de comércio e serviços superaram as expectativas, mas o mercado de trabalho foi o destaque. A taxa de desemprego seguiu em queda e houve forte criação de postos formais de emprego, resultando na continuidade de crescimento forte da massa salarial real. A sustentação da demanda, em função deste aumento da renda e da expansão das concessões de crédito para pessoas físicas, tem se refletido em aumento gradual das previsões para o PIB deste ano. Entretanto, a ausência de ociosidade no mercado de trabalho em conjunto com a elevação dos núcleos de inflação e da inflação subjacente de serviços demanda cautela na condução da política monetária. Neste sentido, o Copom encurtou seu horizonte de sinalização, fornecendo indicação sobre sua atuação uma reunião à frente apenas. Ainda que a comunicação oficial deixe claro que o cenário base da autoridade monetária não se alterou, o que implicaria uma Selic próxima a 9,0% ao fim do atual ciclo, a evolução da ociosidade e a composição da inflação serão cruciais para seus próximos passos. O último Boletim Focus do mês de março divulgado pelo Banco Central (BC) mostra as projeções do Produto Interno Bruto (PIB) de 2024 subindo pela sétima semana seguida, passando de 1,85% na semana passada para 1,89% nesta semana, mas mantendo-se estável em 2,00% nas projeções feitas para os anos de 2025 e 2026. É a 16º semana consecutiva que as projeções do PIB de 2025 ficam estáveis e a 34ª semana de estabilidade nas projeções do PIB de 2026. O Focus divulga semanalmente a média das projeções do mercado financeiro para os principais indicadores macroeconômicos, incluindo IPCA, PIB, Câmbio e Selic. As comparações são sempre entre as projeções da pesquisa atual com as da pesquisa da semana anterior. As projeções do IPCA para 2024, 2025 e 2026 não mudaram na comparação das duas semanas. Para 2024 manteve-se em 3,75% (1ª semana de estabilidade), para 2025 ficou em 3,51% (também na 1ª semana de estabilidade) e para 2026 ficou em 3,50%, (39ª semana consecutiva de estabilidade). As projeções para o câmbio de 2024 e 2025 mantiveram-se estáveis em R$ 4,95 e R$ 5,00 por dólar, respectivamente, enquanto as projeções para 2026 apresentam ligeira alta passando de R$ 5,03 para R$ 5,04. Essa pequena alta, na verdade, repõe o câmbio no patamar de estabilidade no qual estava há seis semanas, quando caiu de R$ 5,04 para R$ 5,03 na semana passada. Por último, as projeções para a taxa Selic de 2024, 2025 e 2026 ficaram estáveis nos três anos pesquisados. A Selic projetada para 2024 é de 9,00% (14ª semana de estabilidade), para 2025 é de 8,5% (17ª semana de estabilidade) e para 2026 é de 8,50% (35ª semana de estabilidade). Mercado Financeiro. Na Renda Fixa, as preocupações com o fiscal para este ano e longo prazo voltaram aos holofotes depois do déficit apresentado em fev/2024. Com isso o prêmio de risco Brasil exigido pelo mercado vem aumentando. Além disso, os dados de inflação do curto prazo e o discurso conservador do FED quanto ao corte de juros nos EUA, mantiveram as curvas abrindo neste mês de março. Olhando para frente, continuamos vendo uma assimetria maior no fechamento das curvas de juros do que demais alta, uma vez que continuaremos tendo corte na Selic. Com isso mantemos a visão otimista com as estratégias IMAB, sem deixar de reforçar que os fundos atrelados a CDI e Crédito Privado continuarão sendo boas alternativas para este ano, com vistas ao alcance da meta atuarial. Notamos, ao longo do mês passado, uma acomodação na renda fixa global. Apesar da resiliência da atividade econômica e de números de inflação ainda pressionados, alguns bancos centrais importantes se movimentaram em uma direção menos restritiva. Na Zona do Euro está se cristalizando o cenário de corte de juros em junho. O Banco Central inglês veio com uma comunicação mais dovish e a Suíça surpreendeu o mercado com um corte de juros. Nos emergentes, o Banxico deu início aos cortes, com redução de 25bps em sua taxa base. A incerteza em relação ao tamanho dos ciclos ainda é elevada, mas estamos avançando em direção à retirada de aperto monetário. No cenário doméstico, a queda recente na popularidade do governo assim como o mal-estar gerado com a menor distribuição dos dividendos da Petrobras merecem destaque, bem como a força dos dados de atividade. Do lado internacional, a principal mensagem em março veio do FOMC após a última reunião, mantendo as projeções de 3 cortes de juros no ano a despeito dos dados piores do começo de 2024 e com um discurso mais dovish de Jerome Powell – essa sinalização indica um ambiente mais benigno para ativos de risco. Assim vimos novamente avanços na bolsa americana, com juros estáveis após atingirem um patamar que continua ser atrativo. A China continua tendo dificuldades de reestimular a economia, com mercado imobiliário fraco tendo como termômetro a performance do minério de ferro (e as ações da Vale no Brasil). No Brasil, a atividade segue resiliente e o mercado de trabalho apertado preocupa mais o Banco Central, num período de inflação de serviços incomoda.  Assim, num ambiente de maior incerteza, o mesmo fica data-dependente e ganha graus de flexibilidade, com menor comprometimento para as próximas reuniões. Com isso, o mês novamente foi marcado por perdas na Renda Fixa Local e em Bolsa. A curva de juros local subiu mais um pouco em março, com­pletando um trimestre negativo para posições prefixadas. Ao contrário do que ocorreu na curva de treasuries, que subiu somente em fevereiro, reagindo a uma mensagem mais hawk­ish do Fed e números ruins de inflação, aqui a subida da curva de juros se deu de maneira uniforme e constante ao longo do trimestre. A elevação da curva de juros nos EUA certamente teve a sua influência no comportamento da curva local, mas temos os nossos fatores domésticos também. Números de inflação e de atividade incomodamente acima das expectativas fizeram com que o Banco Central mudasse o forward guidance em sua última reunião do Copom, sinalizando apenas mais um corte de 50 pontos-base na Selic e deixando os próximos passos em aberto, a depender dos dados. Considerando que a taxa Selic está hoje em 10,75% e que na reunião de 08/maio será reduzida para 10,25%, teremos ainda 125 pontos-base até os 9% que hoje é o consenso do relatório Focus para a taxa Selic no fechamento de 2024. Para alcançar este patamar de juros, seria preciso cor­tar 25 pontos-base em cada uma das 5 reuniões começando em junho. É possível, mas trata-se de um ritmo mais lento do que o mercado esperava no final do ano passado, se é que vai ocorrer. Hoje, a curva de juros embute uma taxa terminal de 9,75% para a Selic, indicando um certo grau de ceticismo com relação ao espaço que o Banco Central teria para trazer a Selic muito abaixo do nível que se espera que alcance em maio. Podemos observar que, a exemplo da curva de juros prefixa­dos, os juros reais também subiram de maneira constante ao longo do trimestre, indicando que o mercado vem pre­cificando taxas de juros reais mais altas ao longo do tempo, aproximando-se dos 6%. Em uma perspectiva de mais longo prazo, ainda estamos distantes dos piores momentos do início do ano passado quando, à falta de uma regra fiscal, o cupom das “NTN-Bs” mais longas chegaram a bater 6,50%. Aparentemente estamos em um novo regime, com taxas reais acima de 5,5% desde o início de 2022. Vivemos um período semelhante entre 2014 e 2016, quando as incertezas fiscais mantiveram a taxa real consistentemente acima de 5,5%. Hoje, além das incertezas fiscais, vivemos em um cenário pós-pandemia, com as taxas de juros reais mais altas no mundo inteiro. Assim, será preciso muito trabalho duro para trazer essa taxa para baixo de 5% novamente. Em mais um mês de valorização do dólar mas de baixa volatili­dade global do câmbio, o real permaneceu praticamente estável, apesar de o real ter ultra­passado a marca psicológica dos R$ 5,00. No final, a moeda brasileira fechou com desvalorização de 0,9% em relação ao dólar, tendo a pior performance em relação a moedas com­paráveis, como o peso mexicano, o peso colombiano e o rande sulafricano no mês. Vale mencionar que os crescentes superávits na balança comercial têm atenuado as oscilações na conta de capital e ajudado a manter o câmbio relativamente estável. Alguma apreciação adicional poderia ocorrer no momento em que ficar claro que o Fed poderá começar a relaxar a política monetária. A curva de juros local continuou a subir em março. Desta vez, não houve a desculpa dos juros globais, que permaneceram estáveis ou até recuaram, como foi o caso dos juros na Europa. Os juros mais longos subiram mais, aumentando a inclinação da curva de juros. O IDA-DI, que mede a performance do crédito, foi novamente o grande destaque positivo. Em março, a bolsa brasileira, medida pelo IBrX recuou, sendo uma das piores performances entre as bolsas globais, que tiveram, em geral, um mês positivo. Depois de atingir a sua máxima histórica no final do ano passa­do, a bolsa agora necessita de gatilhos renovados para passar a outro patamar. Esses gatilhos devem ser suficientes para se contrapor a uma taxa de juros real ainda bastante alta, à de­saceleração chinesa, às tentativas de intervenção em empresas como a Vale ou a Eletrobras, e a planos de investimentos du­vidosos por parte da Petrobras. São desafios que limitam uma valorização mais consistente da bolsa doméstica. No médio prazo, a performance da bolsa parece também estar atrelada à trajetória da política monetária americana, no sentido de que alguma apreciação adicional poderia ocorrer no momento em que ficar claro que o Fed poderá começar a cortar os juros. O Ibovespa terminou março com leve queda de 0,7%, desempenho inferior às bolsas americanas com destaque para o S&P que subiu 3,1%. Para os analistas, o cenário externo se mantém favorável para alocação de risco onde a economia americana continua a mostrar resiliência em um cenário provável de queda de juros a frente. Na Renda Variável Brasil o IBOVESPA fechou com queda de -0,71%. Para 2024, o mercado mantém o otimismo na estratégia, por entender que o Brasil figura como uma boa alternativa para os investidores estrangeiros, dado ao cenário global atual, queda da Selic, economia crescendo forte (PIB em alta) e inflação controlada por aqui. O “outro lado da balança” continua sendo o fato de termos juros reais superando 5%, o que mantém baixo o fluxo de investidores domésticos em Renda Variável por aqui. No mercado Internacional, apesar do cenário geopolítico ainda tenso, as perspectivas do início de corte de juros nas principais economias globais mantiveram o otimismo nos mercados. Nos EUA, apesar das preocupações com a inflação, dados fortes da economia e atividade, o FED mantém a sinalização de início do corte de juros. Em vista disso, mantem-se a visão positiva para Renda Variável neste ano. Em março/2024, o S&P 500 manteve o otimismo do ano fechando em forte alta de 3,10%. Principais destaques da bolsa a fraqueza da economia chinesa continua castigando o setor de minério de ferro, destaque negativo no mês. Por outro lado, Embraer continuou sendo o destaque positivo. Carteira de Investimentos. A Carteira de Investimentos do IPMU obedece aos limites de aplicações estabelecidos na Política de Investimentos, com composição diversificada. Os investimentos estão diversificados buscando o melhor equilíbrio entre o risco x retorno, diante das grandes variáveis que interferem no retorno dos investimentos, face às mudanças na economia nacional e internacional. Visão de curto, médio e longo prazo para garantir os rendimentos necessários frente aos benefícios concedidos e a conceder. No encerramento do período, o IPMU buscou manter a estratégia mais conservadora dentro do segmento de renda fixa, diminuindo a exposição em índices de maior volatilidade, destinando os recursos para fundos e ativos de baixa volatilidade e baixo risco de crédito, como fundos CDI. A composição da carteira de investimentos atende aos requisitos previstos em Lei e cumpre a Política Anual de Investimentos – PAI, elaborada pelos membros do Comitê de Investimentos, aprovada pelos membros do Conselho de Administração e ratificada pelos membros do Conselho Fiscal. A carteira de investimentos está segregada entre os segmentos de renda fixa (88,52%), renda variável (4,31%) e alocação no investimento no exterior (7,17%). As proporções demonstram uma carteira conservadora, em linha com o cenário econômico de volatilidade e as obrigações do Instituto. Resultado dos Investimentos. O mês trouxe um resultado positivo para a carteira do IPMU. A boa rentabilidade dos ativos de renda fixa, renda variável e dos investimentos no exterior tiverem bom desempenho. Com esse resultado a carteira do IPMU fechou em 1,02% contra uma meta no período de 0,59%. Observa-se que as estratégias adotadas no Plano de Ação na gestão dos recursos financeiros (grande concentração em fundos de investimentos de curto prazo em especial em fundos DI) conseguiram ter retorno positivo no mês do ano, mas não conseguiram superar da meta atuarial no mesmo período. Carteira Consolidada: No encerramento do mês total dos investimentos em R$ 513.127.877,23 (quinhentos e treze milhões cento e vinte e sete mil oitocentos e setenta e sete reais e vinte e seis centavos). Relatório de Risco. Os relatórios apresentados de riscos e correlações dos investimentos, apontam no mês: risco em renda fixa 0,066% (dez/2023: 0,16%, jan/2024: 0,119%, fev/20240,57%); risco na renda variável 5,593% (dez/2023: 6,906%, jan/2024: 8,222%, fev/2024 7,686%) e risco na estratégia investimentos no exterior ficou em 4,749% (dez/2023: 4,00%, jan/2024: 5,266%, fev/2024 7,208%). Totalizamos a carteira com risco total dos investimentos em 0,442% (dez/2023: 0,432%, jan/2024: 0,493%, fev/2024 0,510%), permanecendo dentro dos limites impostos pela nossa Política de Investimentos em vigor no ano de 2024. Fundos com cota cota negativa. Os fundos de investimentos classificados no artigo 8º I (BB Retorno total FIC Ações / Caixa FI Ações Small Cap Ativos) e artigo 9º II (Caixa Multigestor Global Equities Investimento no Exterior FIC Multimercado / Santander Global Equities Dólar Master Investimento no Exterior FIC Multimercado) continuam em situação de cota negativa (relação entre a cota do momento de sua compra pelo IPMU e o seu valor atual). Os membros do Comitê de Investimentos presentes deliberaram pela continuidade do acompanhamento dos fundos que ainda apresentem cotas negativas, visando uma possível mudança no futuro. Ato contínuo, os membros do Comitê de Investimentos continuaram a análise dos seguintes processos: IPMU/074/2022 (XP Investimentos – análise de credenciamento de gestor, administrador, distribuidor e custodiante), IPMU/077/2022 (BTG Pactual – análise de credenciamento de gestor, administrador, distribuidor e custodiante), IPMU/048/2024 (Relatório de Investimentos – análise da carteira de investimentos com a posição dos gestores quanto ao mercado macroeconômicos e os fundos de investimentos indicados para fazer frente ao cenário de queda de taxas de juros). Deliberações. Os gestores dos RPPS já se movimentam para “sair da zona de conforto” e buscar retornos para seus investimentos em ativos de maior risco a partir de 2024. Mesmo com a redução para 9% até o final do ano, a Selic continua a oferecer uma taxa atrativa frente às metas das entidades. Mas até quando é o grande questionamento dos analistas financeiros. Com percentuais significativos em ativos alocados em renda fixa, os RPPSs começam a acompanhar outros mercados mais de perto (crédito privado, fundos de investimento imobiliário, ações, investimentos no exterior). Acompanham os diversos tipos de ativos, para ouvir o mercado e fazer um melhor balanceamento da carteira com outras classes, mesmo que o movimento não aconteça todo em 2024. O momento é de cautela e análise porque o cenário é positivo para o mercado de capitais, mas o juro ainda é atrativo. Com base nos dados técnicos, análises financeiras, dados atualizados dos fluxos de caixas e dos investimentos com visão de curto, médio e longo prazo, foram aprovadas por unanimidade as estratégias de investimentos na busca de reduzir a volatilidade da Carteira de Investimento. Considerando o Relatório Mensal de Investimentos, acompanhamento das rentabilidades e dos riscos das diversas modalidades de operações realizadas, aderência das alocações dos recursos e processos decisórios de investimentos à Política de Investimentos, o Comitê de Investimentos do IPMU opina favoravelmente à manutenção da estratégia de investimentos, tendo em vista a adequabilidade das rentabilidades e dos riscos à Política de Investimentos. O cenário econômico ainda volátil demonstra a necessidade de manter os investimentos com baixa volatilidade. 1-) Credenciamento de Fundos de Vértice: BB Previdenciário 2024 (49.964.484/0001-88), BB Previdenciário 2027 (46.134.096/0001-81), BB Previdenciário 2028 (49.963.751/0001-00), Caixa Brasil 2024 (50.635.944/0001-03), Caixa Brasil 2025 (54.518.271/0001-62), Caixa Brasil 2026 (54.518.391/0001-60), Caixa Brasil 2027 (50.642.114/0001-03) e Caixa Brasil 2028 (50.470.807/0001-66). 2) Banco Santander 150-8: Fundo Santander Renda Fixa Títulos Públicos, utilizar para cobertura da folha de pagamento dos aposentados e pensionistas. 3) Investimentos no Exterior: acompanhamento do mercado e da carteira de investimentos, movimentos de resgate neste momento poderão realizar contabilmente o prejuízo. 4) Renda Variável: acompanhamento do mercado e da carteira de investimentos, movimentos de resgate neste momento poderão realizar contabilmente o prejuízo. 5) Fundos Referenciado DI: aplicação das receitas com compensação previdenciária, contribuição previdenciária e juros semestrais da carteira de títulos públicos. 6) Banco do Brasil: Resgate de R$ 80.000.000,00 (oitenta milhões de reais) do fundo de investimentos BB Títulos Públicos Renda Fixa Referenciado DI Longo Prazo – CNPJ 11.046.645/0001-81 e aplicação no fundo de investimentos BB Previdenciário Renda Fixa Títulos Públicos Vértice 2024 – CNPJ 49.964.484/0001-88. 7) Caixa Econômica Federal: Resgate de R$ 80.000.000,00 (oitenta milhões de reais) do fundo de investimentos Caixa Brasil Títulos Públicos Renda Fixa – CNPJ 05.164.356/0001-84, aplicação no fundo de investimentos Caixa Brasil Títulos Vértice 2025 – CNPJ 54.518.271/0001-62 (R$ 40.000.000,00 – quarenta milhões de reais) e no fundo de investimentos Caixa Brasil Títulos Vértice 2026 – CNPJ 54.518.391/0001-60 (R$ 40.000.000,00 – quarenta milhões de reais). 8.-) Credenciamento: finalização do credenciamento do BTG Pactual e XP Investimentos. 8) Carteira de Investimentos: análise dos fundos de investimentos indicados pela Caixa Econômica Federal, Santander, Itaú, Banco do Brasil, Bradesco, BTG Pactual e XP Investimentos. 9) Manutenção das demais aplicações até a próxima reunião. Para finalizar a reunião os membros do Comitê de Investimentos são informados da Certificação Institucional: prazo de realização da prova de certificação do responsável pela gestão dos recursos e membros do comitê de investimentos – nível intermediário.