Reunião do Comitê de Investimentos do Instituto de Previdência Municipal de Ubatuba – IPMU, realizada aos vinte e quatro dias do mês de outubro de dois mil e vinte e três, às nove horas, na sala de reuniões da sede do IPMU, onde compareceram os membros: Fernando Augusto Matsumoto, Flavio Bellard Gomes, Lucas Gustavo Ferreira Castanho, Marcelo da Cruz Lima e Sirleide da Silva. Participaram também Luiz Alexandre de Oliveira, Controle Interno e Wellington Diniz, Gestor de Investimentos. Aberta a reunião, os membros do Comitê de Investimentos passaram a análise do Relatório Financeiro, conforme documentos acostados no processo IPMU/143/2023. Análise conjuntural de mercado econômico, mercado financeiro e monitoramento das variáveis macroeconômicas. Avaliação mensal de risco de mercado da carteira de Investimentos. Análise de relatório gerencial de rentabilidade dos fundos de investimentos e acompanhamento da Política Anual de Investimentos. Informações dos acontecimentos políticos e econômicos e seus impactos na carteira de investimentos do IPMU. Visão de curto, médio e longo prazo. Balancete de Receita e Despesa que contém os dados atualizados da previsão e da execução orçamentária. Relatório de Execução Orçamentária com os fluxos de caixa das receitas e despesas para avaliação da situação financeira e orçamentária dos próximos meses. Cenário Macroeconômico. Cenário Internacional. O principal tema global segue sendo a abertura do juro longo nos EUA. O crescente déficit fiscal tem preocupado os investidores. A atividade permanece firme e o Fed sinalizou que os juros vão ficar altos por muito tempo. No Brasil, a piora global contaminou a perspectiva do ciclo de corte de juros ir abaixo de 10%. O aperto das condições financeiras provocado pela forte abertura do juro longo vai ajudar a esfriar a economia americana até o final do ano. O ambiente macroeconômico global vem se caracterizando mais e mais pela necessidade de reaprender a conviver com juros mais elevados. No mês de setembro/2023, as preocupações fiscais ao redor do mundo tiveram importante avanço. Nos EUA, os gastos de diversos programas mostraram avanço enquanto a arrecadação teve importante queda. Esta combinação levou a um déficit elevado, em um momento que a economia segue em pleno emprego. Dado o crescente populismo no país, não é esperada uma correção de rumo nos próximos anos. Adicionalmente, o FED segue reduzindo o seu balanço através da venda de títulos. Este desequilíbrio no mercado de títulos vem provocando elevação das taxas de juros, sobretudo em títulos mais longos, menos sensíveis à política monetária. Os projetos de orçamento divulgados no México, Itália, Hungria e Polônia também sugerem uma postura fiscal mais relaxada. No todo, a questão fiscal vem assumindo maior proeminência, sugerindo que países que surpreenderem negativamente neste quesito poderão ser mais impactados por uma reação negativa dos mercados. Cenário Nacional. O Copom voltou a reduzir a taxa Selic em 0,5%, para 12,75%, e a sinalizar que este ritmo está adequado para levar à convergência do IPCA para a meta. Para uma aceleração na velocidade dos cortes dos juros, o Banco Central indica a necessidade de uma mudança significativa nos fundamentos para a inflação, o que não é o caso até o momento. As expectativas de inflação vêm mostrando uma reancoragem parcial, vem ocorrendo recuo, mas ainda não para o centro da meta de 3,0%, nem mesmo para o médio prazo. Sobre a inflação corrente, há de fato uma evolução construtiva, inclusive com desaceleração do núcleo do IPCA um pouco mais acentuada do que o esperado. Mas os demais condicionantes, como o mercado de trabalho aquecido, sugerem que esse processo deve seguir de modo gradual, não devendo provocar uma mudança substancial da dinâmica da inflação, especialmente de serviços. Já os números de atividade recentes, como o PIB do segundo trimestre, continuaram surpreendendo para cima. O cenário fiscal brasileiro segue desafiador, exigindo atenção para os próximos passos do governo no sentido de aumentar a arrecadação, de forma que o novo arcabouço fiscal alcance um impacto mais relevante sobre a trajetória da dívida pública. A percepção sobre a dinâmica de consolidação fiscal brasileira também se deteriorou ao longo do último mês. A lenta tramitação das medidas para elevar as receitas no Congresso Nacional e a dificuldade de cortar despesas continuam apontando para uma baixa probabilidade de que o governo consiga atingir a meta de estabilidade do resultado primário em 2024. O IPCA sobe 0,26% em setembro, puxado novamente pela gasolina. O país passa a ter uma inflação acumulada de 5,19% na janela de 12 meses, saindo do intervalo da meta perseguida pelo Banco Central. Gasolina é o subitem que mais subiu em 2023, com alta acumulada de 16,18% no ano. O Focus traz cenário calmo, com estabilidade em todos indicadores. Boletim Focus divulgado no dia 25/9 pelo Banco Central, com a média das projeções do mercado financeiro para os principais indicadores macroeconômicos, indica um cenário bastante calmo neste ano e nos próximos. O IPCA se manteve estável em 4,86%, o PIB em 2,92%, o câmbio em R$ 4,95 e a Selic em R$ 11,75%. Na renda fixa as carteiras de prazos mais longos voltam a registrar perdas em setembro. Setembro foi um mês de elevação da curva de juros, seguindo o movimento das taxas de juros globais. Consequentemente, foi um mês negativo para os IMAs. Na renda variável, o Ibovespa encerrou o mês com valorização de 0,71%. Esse mês, o grande foco do mercado foram os juros americanos. A inflação por lá se mantém em um patamar alto e a atividade econômica permanece forte. CARTEIRA DE INVESTIMENTOS. No encerramento do período, o IPMU buscou manter a estratégia mais conservadora dentro do segmento de renda fixa, diminuindo a exposição em índices de maior volatilidade, destinando os recursos para fundos e ativos de baixa volatilidade e baixo risco de crédito, como fundos CDI. A composição da carteira de investimentos do IPMU atende aos requisitos previstos em Lei e cumpre a Política Anual de Investimentos – PAI, elaborada pelos membros do Comitê de Investimentos, aprovada pelos membros do Conselho de Administração e ratificada pelos membros do Conselho Fiscal. A carteira de investimentos do IPMU está segregada entre os segmentos de renda fixa (88,76%), renda variável (4,32%), alocação no investimento no exterior (6,26%) e fundos estruturados/multimercado (0,67%). As proporções demonstram uma carteira conservadora, em linha com o cenário econômico de volatilidade e as obrigações do Instituto. Os investimentos do IPMU continuam com uma sequência positiva e no mês de setembro, a carteira de investimentos fechou positiva em 0,59% contra uma meta de 0,51%. Analisando a diversificação dos investimentos, o segmento de renda fixa retorno positivo (0,98%), renda variável retorno negativo (-1,59%), investimento no exterior retorno negativo (-3,25) e os investimentos estruturados retorno positivo (0,19%). O retorno positivo nos investimentos no mês de setembro de R$ 2.830.980,96, no consolidado (janeiro – setembro) foi de 9,50%, percentual superior em relação a meta atuarial (INPC + 5,15% a.a) do período, que foi de de 6,84%. Observa-se que as estratégias adotadas no Plano de Ação na gestão dos recursos financeiros (grande concentração em fundos de investimentos de curto prazo em especial em fundos DI) conseguiram ter retorno positivo no mês em análise, com a superação da meta atuarial e com o retorno positivo dos investimentos até o momento (R$ 42.190.389,72 – de janeiro até setembro) que já superaram o retorno dos anos de 2020 (R$ 25.200.577,43), 2021 (R$ 1.495.070,98) e 2022 (R$ 25.114.505,28). Em 30/setembro/2023, as aplicações financeiras estavam totalmente enquadradas nos limites segmentares determinados na Resolução CMN n. 4.963/2021, bem como os determinados na Política de Investimentos. A posição do patrimônio dentre os ativos mostra a diversificação em 15 fundos de investimentos e 01 carteira de títulos públicos 2024, sendo a maior aplicação em um mesmo fundo de investimento (Caixa Brasil Renda Fixa Títulos Públicos Referenciado DI) com R$ 87.785.048,01 representado 18,157% do total das aplicações do IPMU, abaixo do limite máximo de 20% determinado no art. 18 da Resolução CMN n. 4.963/2021. A menor aplicação em um mesmo fundo de investimentos (Caixa Multigestor Global Equities Investimento no Exterior FIC Multimercado) com R$ 2.301.592,78 representando 0,478% do total das aplicações do IPMU. O fundo de investimentos com melhor retorno no mês foi a Carteira de Títulos Públicos 2024 (1,12%) com apliação de 9,608% do PL do IPMU. O fundo de investimentos com menor retorno mensal foi Caixa Ações BDR Nível I (-3,57%) com aplicação de 2,328% do PL do IPMU. No consolidado do período (janeiro – setembro) o fundo de investimentos com melhor retorno foi Caixa Ações BDR Nível I (16,05%) com apliação de 2,328% do PL do IPMU e o fundo de investimentos com menor retorno foi Santander Global Equiteis Investimento no Exterior (2,04%) com aplicação de 0,667% do PL do IPMU. RELATÓRIO DE RISCO. Os relatórios apresentados de riscos e correlações dos investimentos, apontam no mês de setembro/2023 o seguinte resultado: risco em renda fixa 0,151%, resultado inferior ao mês anterior (0,634%); renda variável 8,846% resultado inferior ao mês superior (7,466%); risco na estratégia “investimentos no exterior” ficou em 4,125% resultado superior ao apresentado no mês anterior (6,796%) e estratégia de fundos estruturados apresentou 4,056% resultado superior ao mês anterior (4,301%). Totalizamos a carteira com risco total dos investimentos em 0,58%, resultado ligeiramente superior ao mês anterior (0,507%), permanecendo dentro dos limites impostos pela nossa Política de Investimentos em vigor no ano de 2023. Acompanhamento de fundos que apresentam cota negativa. Os fundos de investimentos classificados no artigo 8º I (BB Retorno total FIC Ações e Caixa FI Ações Small Cap Ativos), artigo 9º II (Caixa Multigestor Global Equities Investimento no Exterior FIC Multimercado e Santander Global Equities Dólar Master Investimento no Exterior FIC Multimercado) e artigo 9º III (BB Ações ESG Globais FIC FI BDR Nível I e Caixa Ações BDR Nível I) continuam em situação de cota negativa (relação entre a cota do momento de sua compra pelo IPMU e o seu valor atual). DELIBERAÇÃO DO COMITÊ DE INVESTIMENTOS. Com base nos dados técnicos, análises financeiras, dados atualizados dos fluxos de caixas e dos investimentos com visão de curto, médio e longo prazo, foram aprovadas por unanimidade as estratégias de investimentos na busca de reduzir a volatilidade da Carteira de Investimento. Considerando o Relatório Mensal de Investimentos, acompanhamento das rentabilidades e dos riscos das diversas modalidades de operações realizadas, aderência das alocações dos recursos e processos decisórios de investimentos à Política de Investimentos, o Comitê de Investimentos do IPMU opina favoravelmente à manutenção da estratégia de investimentos, tendo em vista a adequabilidade das rentabilidades e dos riscos à Política de Investimentos. O cenário econômico ainda volátil demonstra a necessidade de manter os investimentos com baixa volatilidade. 1-) Aumentar a participação em fundos de renda fixa ativa, que apesar da redução da Taxa Selic ainda geram prêmios a serem pagas nos próximos meses. Seguindo a contínua queda da Taxa Selic, os fundos CDI passarão a rentabilizar menos que os fundos renda fixa com gestão ativa. 2-) Manutenção dos investimentos em renda variável bolsa local, com o acompanhamento diários dos fundos, uma vez que movimentos de resgate neste momento poderão realizar contabilmente o prejuízo. O segmento de renda variável de acordo com os analistas tem perspectivas de recuperação nos próximos meses. 3-) Banco Santander: Fundo Santander Renda Fixa Referenciado DI Institucional Premium FIC utilizar para cobertura da folha de pagamento dos aposentados e pensionistas. 4-) Investimentos no Exterior: acompanhamento do mercado e da carteira de investimentos. 5-) Fundos DI: aplicação das receitas com contribuição previdenciária e Comprev. 6-) Manutenção das demais aplicações.