Reunião do Comitê de Investimentos 25/05/2022

Reunião do Comitê de Investimentos 25/05/2022

Reunião do Comitê de Investimentos do Instituto de Previdência Municipal de Ubatuba – IPMU, realizada aos vinte e cinco dias do mês de maio de dois mil e vinte e dois, às nove horas, na sala de reuniões da sede do IPMU. Participantes: Comitê de Investimentos (Fernando Augusto Matsumoto, Flavio Bellard Gomes, Lucas Gustavo Ferreira Castanho, Marcelo da Cruz Lima e Sirleide da Silva) e Controlador Interno (Wellington Diniz). Aberta a reunião, os membros do Comitê de Investimentos, passaram a analise do Relatório Financeiro referente ao mês de abril/2022, conforme processo IPMU/085/2022. Análise conjuntural de mercado econômico, mercado financeiro e monitoramento das variáveis macroeconômicas. Avaliação mensal de risco de mercado da carteira de Investimentos. Análise de relatório de rentabilidade dos fundos de investimentos e acompanhamento da Política Anual de Investimentos – 2022. Informações dos acontecimentos políticos e econômicos e seus impactos na carteira de investimentos do IPMU. Visão de curto, médio e longo prazo. Balancete de Receita e Despesa que contém os dados atualizados da previsão e da execução orçamentária. Relatório de Execução Orçamentária com os fluxos de caixa das receitas e despesas para avaliação da situação financeira e orçamentária. Cenário Macroeconômico. Abril foi um mês de forte aperto das condições financeiras em meio à contínua reprecificação da política monetária dos principais bancos centrais do mundo, à crescente incerteza acerca da atividade econômica chinesa e ao prosseguimento do conflito entre Rússia e Ucrânia. Ao longo do mês, os principais bancos centrais mantiveram um tom firme em relação ao combate à inflação e seguem na trajetória de aperto monetário. Na China, a política de supressão de casos de Covid foi mantida e fortes medidas de restrição à mobilidade foram implementadas em Xangai. Em relação à guerra, as negociações não tiveram grandes avanços e a Rússia deu indicações que o conflito pode se prolongar. A junção desses fatores suportou a continuação do movimento de alta de juros, além de grandes movimentos de aversão ao risco e alta do dólar. A economia mundial seguiu pressionada. Apesar do aumento de contágios e mortes da Covid19 no Brasil nas últimas semanas, estamos com números bem aquém do que vimos em ondas anteriores. O mesmo ocorre na Ásia e Europa (em especial China), após surgimento de nova subvariante da Ômicron. No Brasil, na última reunião do COPOM tivemos mais uma alta de 100 bps, consenso de mercado, mantendo as curvas de juros estáveis. Na Renda Fixa Brasil o mês estável para as estratégias pré-fixadas. Olhando à frente, as incertezas político-econômicas aliado ao momento de alta de juros globais manterão o cenário volátil. O sentimento de menor aversão ao risco, observado no mês de março, não teve continuidade em abril, refletindo na saída dos investidores estrangeiros dos ativos de risco e consequente desvalorização de 10,10% do Ibovespa, que encerrou o mês com 107.876 pontos. A forte desvalorização apresentada pela bolsa de valores brasileira reflete a dificuldade do investidor em ler o cenário econômico atual. Mercado Financeiro. Em 2020, começamos o ano falando do Covi-19 e como ela afetaria o crescimento das economias. Em 2020 ficou claro que o crescimento com estímulos monetários e fiscais associados à questão da oferta, assim como o processo de regionalização da economia mundial, ambos resultantes da pandemia, iriam impactar as cadeias produtivas que vinham sofrendo antes mesmo da Covid. Somando a isso, já no final de 2020 estávamos preocupados com a inflação, na realidade de um mundo que iria sair do juro zero para se adequar ao processo inflacionário. O ano de 2021 foi desafiador para a renda fixa. Já havia perspectiva de elevação dos juros mas vieram surpresas do lado da inflação local e global por conta do seu incremento e persistência. Como resultado as projeções de juros passaram diversas revisões, sempre para cima. A postura mais agressiva das políticas monetárias acarreou maior risco para a renda fixa, incluindo as posições prefixadas e aquelas atreladas à inflação. Muitos investidores ficaram mais conservadores, com posições mais curtas e defensivas. Os fundos mais líquidos, em CDI e aqueles com posições pós-fixadas, acabaram beneficiados pela alta da Selic. Os títulos em inflação mais curtos sofreram menos e se beneficiaram do impacto do juro, protegidos pelo prazo menor e também favorecidos pelo efeito da inflação, estão ganhando pelo cupom e pelo carrego positivo da inflação. Para 2022 esta visão permanece, embora para alguns analistas, os spreads já tenham encontrado seu ponto de equilíbrio. Em 2022, a atenção está voltada para a continuidade das restrições de oferta global, ao choque de commodities e a mais uma etapa de incentivo à regionalização, que tende a trazer menor cooperação entre os países, menor produtividade e produtos mais caros, o que significa mais inflação. Um exemplo disso está na produção do Estados Unidos, com mão de obra mais cara, imóveis e aluguéis em alta. A China está crescendo, embora menos do que se esperava, mas voltou a pisar no acelerador um pouco para crescer 5% a 5,5% no ano. No Brasil, os analistas veem espaço para muito mais aperto monetário do que o mercado já precificou e lembram que o Banco Central está ajustando o final do seu ciclo de alta enquanto os Estados Unidos estão apenas começando esse processo. A resposta do juros americano terá que ser relevante, o que afetará o custo de oportunidade para todos os ativos no mundo. Com a surpresa adicional trazida pela guerra na Ucrânia e da escalada de sanções contra a Rússia, o mercado ainda procura atender quais serão os desdobramentos de médio prazo. Carteira de Investimentos. A Carteira de Investimentos apresentou pequena valorização de 0,37% no mês, impacto direto dos fundos de investimentos em renda variável (bolsa local e exterior) que fecharam o mês com forte desvalorização. A renda fixa fechou o mês no positivo. O saldo das aplicações financeiras encerrou o período com valorização de R$ 1.592.440,63 (um milhão quinhentos e noventa e dois mil quatrocentos e quarenta reais e sessenta e três centavos) e patrimônio de R$ 428.826.849,99 (quatrocentos e vinte e oito milhões oitocentos e vinte e seis mil oitocentos e quarenta e nove reais e noventa e nove centavos). Composição dos Investimentos. A Carteira de Investimentos do IPMU no encerramento do mês está segregada entre os segmentos de renda fixa (87,33%), renda variável (5,25%), alocação no exterior (6,64%) e fundo estruturado/multimercado (0,78%), dentro dos limites permitidos pela legislação em vigor (Resolução CMN 4963/2021) e compatível com os requisitos estabelecidos na Política de Investimentos – PAI 2022. Relatório de Risco. O controle desse risco da carteira de investimentos são realizados por meio do acompanhamento dos relatórios de investimentos e a mudança de posição se fará de forma a minimizar perdas de rentabilidade. Na análise do relatório de risco do mês, a demonstração apresentou o seguinte resultado: Renda Fixa (0,584%/VaR), Fundos de Renda Variável (9,00%/VaR), Fundos no Exterior (8,563%/VaR), Multimercado (1,183%/VaR) e Total da Carteira (1,113%/VaR). As planilhas de correlação, junto aos riscos apresentados por segmentos e o risco total da carteira do IPMU, estão em conformidade a nossa Política de Investimentos 2022. Meta Atuarial. O retorno acumulado na carteira de investimentos do IPMU em 2020 não superou a meta atuarial devido as conjunturas dos mercados financeiros que foram fortemente afetados pela pandemia do Covid 19. Esta situação permaneceu em 2021 e continua em 2022. A rentabilidade nominal da “carteira de investimentos” no mês de abril/22 foi de 0,37% e no ano 1,99%, percentuais muito inferiores em relação a “meta atuarial” (INPC + 4,85% a.a) do período, em abri/22 foi de 1,40% e no acumulado de 6,09% refletindo a grande volatilidade do mercado financeiro, em especial nos investimentos no exterior. Liquidez. Com relação à liquidez verifica-se que 50,09% das aplicações financeiras tem liquidez de até 30 dias e 49,91% das aplicações tem liquidez acima de 30 dias. Enquadramento. Os recursos do IPMU estão corretamente distribuídos conforme os artigos da Resolução 4.963/2021. Os investimentos também estão distribuídos em atendimento aos limites estabelecidos na Política Anual de Investimentos. Deliberação do Comitê de Investimentos. Com base nos dados técnicos, análises financeiras, dados atualizados dos fluxos de caixas e dos investimentos com visão de curto, médio e longo prazo, propostas de investimentos e desinvestimentos foram aprovadas por unanimidade as estratégias de investimentos para alteração pontual da carteira de investimentos, na busca de reduzir a volatilidade da Carteira de Investimento nos fundos de Renda Fixa de curto prazo. Após embarcar nos últimos anos em um processo de diversificação dos investimentos até certo ponto forçado, de modo a fazer frente aos juros brasileiros nas mínimas históricas, hoje o retrato que se tira da indústria dos investidores institucionais é completamente diferente. Com taxas de juros reais oferecidas pelas NTN-Bs acima de 5% ao ano, suficientes para cumprir com a maior parte das metas atuariais, é difícil encontrar no mercado alguma fundação ou regime próprio que não estejam neste momento com as atenções voltadas quase que exclusivamente para as oportunidades na renda fixa livre de risco. Em um cenário macroeconômico repleto de incertezas tanto no front externo (com a guerra na Ucrânia e a alta de juros nos Estados Unidos) como no Brasil (com a persistente pressão inflacionária e as incertezas eleitorais) a postura arrojada dos fundos em direção a ativos de maior risco observada nos últimos anos é substituída agora por um nível bem maior de conservadorismo. Após o início da guerra na Ucrânia, vários gestores institucionais optaram em suspensão de novos aportes nos fundos globais. No momento em que um cessar-fogo entre Rússia e Ucrânia estiver se aproximando, com uma redução da volatilidade e das incertezas no mercado internacional, devem nos aproveitar do dólar depreciado para retomar as alocações nos fundos de investimento no exterior. Vários gestores tinham política de investimentos para 2022 com objetivo de elevar até perto de 10% a alocação em investimentos no exterior. Diante do cenário de grande volatilidade, os planos foram revistos, em meio ao cenário volátil observado no mercado internacional após o início dos conflitos no Leste Europeu. Com a abertura dos juros dando as condições para quase todo mundo alocar os recursos em NTN-Bs com a segurança da rentabilidade para bater a meta atuarial, realmente a diversificação em outras classes de ativos acaba perdendo espaço. Mesmo dentro da renda fixa, o prêmio para fazer a alocação em ativos de crédito privado não parece compensar o risco, frente às taxas dos títulos públicos. E em um cenário de alta volatilidade e elevado nível de incerteza, e com os juros novamente em dois dígitos, é natural a movimentação em direção aos perfis mais conservadores. À medida que os gestores se tornam mais cautelosos em relação ao mercado como um todo, essa preocupação se reflete principalmente na exposição ao risco de renda variável. Em um cenário cheio de surpresas, ganham os investidores que souberem diversificar a carteira de investimentos e mudar rápido quando as tendências mudarem. 1) Itaú: migração das aplicações financeiras no fundo de investimentos Itaú Institucional Alocação Dinâmica (CNPJ 21.838.150/0001-49) para Itaú Institucional Renda Fixa Referenciado DI FI (CNPJ 00.832.435/0001-00). 2) Banco Santander: Fundo Santander Renda Fixa Referenciado DI Institucional Premium FIC,  aproveitar a janela de oportunidade e direcionar parte da aplicação para fundos de Vértices do Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal e utilizar o saldo para cobertura da folha de pagamento dos aposentados e pensionistas. 3) Investimentos no Exterior: acompanhamento do mercado e da carteira de investimentos. 4) Renda Variável: acompanhamento do mercado e da carteira de investimentos. 5) Fundos de Vértices: aproveitar a janela de oportunidade e direcionar parte do regate do fundo Itaú Institucional Alocação Dinâmica (CNPJ 21.838.150/0001-49).

 

 

Translate »
/* * VLibras */